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Coleção Folha traz filme de Hitchcock ambientado no Rio

'Interlúdio', com Ingrid Bergman e Cary Grant, chega às bancas em 23/9

Cary Grant e Ingrid Bergman em cena de ‘Interlúdio’, de Alfred Hitchcock, tema da coleção Grandes Diretores  
Cary Grant e Ingrid Bergman em cena de ‘Interlúdio’, de Alfred Hitchcock, tema da coleção Grandes Diretores   - Divulgação
Cristiane Martins
São Paulo

A habilidade do diretor britânico Alfred Hitchcock de incorporar espionagem e romance a sua estética cinematográfica é apresentada ao leitor em detalhes no nono volume da Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema, que chega às bancas em 23/9.

Para os cineastas e críticos Claude Chabrol e Eric Rohmer, "Interlúdio" é uma mistura de concretude extrema e esquematismo.

É capaz de triturar "demoradamente a massa maleável, e rica em recursos infinitos, de seus intérpretes" e trazer, por outro lado, roteiro e decupagem com a "simplicidade de um teorema".

O longa de 1946, ambientado no Rio de Janeiro por causa da política de boa vizinhança dos EUA à época, envolve um grupo de exilados nazistas, agentes secretos americanos e uma mulher dúbia como as personagens femininas de Hitchcock.

Alicia (Ingrid Bergman), filha de um traidor americano condenado à prisão por ter colaborado com o regime de Hitler, é levada a cooperar com o trabalho de espionagem americano indo para o Rio. Lá, ela, que viria a ser infiltrada em um grupo de nazistas no Brasil, e o agente secreto americano Devlin (Cary Grant) acabam se apaixonando.

O filme apresenta a famosa cena de beijo entre Cary Grant e Ingrid Bergman, em que o casal transgride com sagacidade a regra de duração de beijos na tela (três segundos).

A ideia surgiu a Hitchcock, morto em 1980 aos 81 anos, anos antes, quando viu do trem uma garota que não deixou de segurar o braço do amado mesmo enquanto ele urinava. "O romance não deve ser interrompido", disse, em entrevista citada no livro que acompanha o DVD do nono volume da Coleção Folha.

O diretor, cuja obra é tema de exposição até 21 de outubro no MIS (Museu da Imagem e do Som) em São Paulo, assinou mais de 40 filmes, entre eles "Psicose", de 1961 e "Os Pássaros", de 1963. Era conhecido pelas suas obsessões, como loiras, assassinato, romances idealizados e o humor a partir do terror.

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